Por Stella Baster

Você já se pegou ouvindo alguém falar com palavras impecáveis, mas sem se sentir tocado de verdade? Como se houvesse ali uma distância entre o conteúdo e a emoção? É exatamente isso que acontece quando falta expressividade.
Ao longo da minha trajetória com a comunicação, vi muitas falas tecnicamente corretas falharem por um único motivo: não havia alma ali. E o curioso é que, muitas vezes, quem está do outro lado não sabe nomear o que está faltando. Só sente. Ou melhor, deixa de sentir.
A expressividade não é um acessório da fala, é a sua pulsação. É o que conecta você à sua mensagem e, principalmente, ao outro. E não estamos falando de exagero, de teatralidade ou de “fazer cena”. Ser expressivo é estar presente na própria fala, é fazer com que a sua comunicação carregue aquilo que você sente — com coerência, intenção e verdade.
Por que a expressividade é um diferencial humano na era da Inteligência Artificial
A forma como olhamos, a pausa que escolhemos fazer, o ritmo com que conduzimos nossas ideias, o tom com que dizemos algo importante… tudo isso comunica. Tudo isso é expressividade. E, quando ela está ausente, até a melhor argumentação perde potência. Porque, no fundo, ninguém se conecta com um conteúdo apenas. As pessoas se conectam com pessoas.
Nos tempos em que a Inteligência Artificial começa a ocupar mais espaço no mundo corporativo, isso se torna ainda mais evidente. A IA é útil, sim. Ela agiliza processos, organiza ideias, até escreve discursos. Mas na hora de falar com alguém — realmente falar — ela não consegue substituir o toque humano. Aquilo que a gente sente quando vê alguém presente na própria voz. E é justamente esse toque que faz da sua comunicação algo único.
A expressividade é a ponte entre o que você quer dizer e como isso é vivido por quem te escuta. É ela que transforma uma fala correta em uma fala memorável. E por mais que ela pareça algo intuitivo, a verdade é que expressividade também se desenvolve. Com escuta, com consciência corporal, com intenção, com coragem para sair do modo automático e assumir, de fato, o que se comunica.
É por isso que, na Jornada Arquitetura da Fala, esse é um dos pilares fundamentais. Porque expressar-se com autenticidade vai muito além de saber o que dizer — trata-se de permitir que sua fala revele quem você é. E isso, nenhuma máquina no mundo é capaz de fazer por você.