Certamente você já deve ter reparado no quanto a forma da sua fala impacta nos seus relacionamentos.
Na atual conjuntura, perguntar se você tem essa noção me parece chover no molhado. Quem nunca sentiu o prazer de ter sua fala e ideia acolhidas por algum interlocutor? E quem nunca sentiu o peso de uma fala e ideia mal colocadas?
Esse é um assunto muito delicado pois, ao mesmo tempo que os humanóides são projetados para replicarem a lógica, atitudes e emoções humanas os humanos, por sua vez, se vêem esgotados emocionalmente pela realidade evidente e ainda, no sentido mais temporal, precisam encarar a expectativa social de que se comportem de maneira equilibrada e serena. Há um grande descompasso interno X externo.
Corremos com nossos olhos para acompanhar tanta informação, temos que engolir e digerir rápido não só as nossas refeições mas também as notícias assustadoras. Porém, a nossa fala não tem muito lugar para se ancorar nessa realidade. Aonde está o lugar físico na sua casa, no seu escritório para te preparar para ajustar esse gap?
É evidente que esse lugar de conforto não é físico. Não adianta se afundar no sofá e dormir para esquecer, ou mergulhar nas incríveis séries se não encontrarmos os dimmers capazes de calibrar essa desarmonia.
Se um jovem se recolhe no seu silêncio pode ser visto como problemático, se ele grita pode ser visto como descontrolado. Mas se a fala é o resultado de ideias, crenças, inspirações, intenções, motivações externas e de lugares por vezes muito profundos, o quê esperar, sinceramente, de quem não tem dado conta da própria realidade? Isso não cabe só aos isolados em seus quartos ficcionados nos games. Essa realidade se encaixa aos “atores” dentro dos escritórios, nos bares, restaurantes, nas poucas mesas de jantar, dentro dos seus grandes e potentes USVs com suas solidões tão pouco compartilhadas.
Se a mente está no modus avalanche como delegar à fala sua tradução?
Máscaras comportamentais por toda parte
Sim, elas estão aí para tentar garantir que não sejamos excluídos dos nossos círculos profissional e social. O que há de errado em usá-las?
Há pelo menos 29 anos estou imersa no mundo da comunicação e posso dizer que lamento, e muito, por termos caído nessa teia de medos e melindres. Se usamos máscaras é porque acreditamos, por presumir ou por já termos experimentado o gosto amargo de uma expressão “mal colocada”, que a nossa face não será aceita por quem queremos ser validados.
Veja que ironia do destino, queremos ser validados, mas não necessariamente pela nossa essência genuína. O importante é ser reconhecido como alguém de valores admiráveis mesmo que isso se refira às nossas máscaras sociais. Mas insistirei na pergunta: O que há de tão repulsivo ou desprezível na nossa origem que preferimos escondê-la.
E a fala, o que tem a ver com isso? Tudo! Nossa fala, nossa expressão e o nosso comportamento são a nossa assinatura.
Acredito na possibilidade de diálogos sinceros e estruturados de forma que aqueles que interagem conosco se desarmem quando armados. Pq, não incomum, quem tem a palavra presume que o outro não lidará bem com o que tem a dizer e então transveste ou floreia por conta do velho companheiro “medo”. E, quanto mais cultivamos esse amigão da onça, mais afogados, solitários e desencorajados estaremos.
Acredito realmente que para virarmos essa chave a meditação contribui para trazer uma serenidade sincera. E vou além; acredito em técnicas que puxam essa verdade única de cada indivíduo, de maneira cuidadosa, fortalecida e estruturada para que, uma vez aflorada, não sucumba às possíveis ameaças e vitimismos alheios.
Como para toda crítica é bom termos boas soluções sugiro:
- Pratique a escuta ativa: Antes de responder, ouça para entender, e não apenas para argumentar. Evite, após escutar começar a sua frase com “Eu”. Pergunte mais. Aguce a sua curiosidade sobre o outro
- Seja claro e direto: Elimine ambiguidades e use exemplos práticos para facilitar o entendimento.
- Cultive a empatia: Reconheça as emoções e os desafios do outro antes de propor soluções.
- Invista no seu desenvolvimento: Participe de cursos ou dinâmicas que ajudam a aprimorar suas habilidades de comunicação.
A Transformação Começa em Você
A comunicação é uma habilidade e, como qualquer outra, pode ser aprendida e aprimorada.
Na TalkStick²², acreditamos que a comunicação autêntica é o alicerce de relacionamentos sólidos e do sucesso em qualquer área da vida. Me conte o que achou dessa reflexão.